quinta-feira, 5 de julho de 2012

Bob Marley é homenageado em documentário sobre sua trajetória



Documentário relata a vida e trajetória do maior nome do reggae, juntamente com a história jamaicana. 

 “O que ‘Marley’, essa maravilhosa produção cinematográfica, deixa em você é, acima de tudo, a alegria que aquele homem obteve através da música, que trouxe a ele liberdade e encanto pelo mundo”.Los Angeles Times, Kenneth Turan

“Marley é um estudo detalhado de uma grande personalidade, e finamente editado, cujo conteúdo, que tem como proposta a conciliação entre seu dividido legado racial, define sua música e sua vida”. – The New York Times, Stephen Holden

Bob Marley
“Marley” é um documentário produzido pelo cineasta Kevin MacDonald, que apresenta aspectos desde o convívio familiar e a infância do grande mestre do reggae até sua ascendência no mundo musical, suas conquistas e dificuldades. A história de vida de Bob Marley, conhecido não só pelo seu sucesso na música, mas também pelo seu espírito revolucionário, teve forte influência de seu país de origem, a Jamaica. É por conta disso que o filme realiza, também, um panorama da história jamaicana, com o apoio de familiares do cantor.

Uma evidência desse engajamento e preocupação de Bob Marley com suas raízes já pode ser vista na primeira cena do documentário, que se passa na costa de Gana, onde é mostrado o que se chama de “porta sem retorno”, através da qual inúmeros africanos passaram em caminho à escravidão. Mesmo após Marley ter despontado internacionalmente como uma estrela da música, ele sempre mostrou paixão pela sua origem africana. O show que ele realizou em Gabão, mesmo quando esse país ainda era uma ditadura, é um exemplo disso. 

O documentário teve seu lançamento dia 20 de Abril nos cinemas americanos e na rede social Facebook. A data 4/20 não foi escolhida por acaso. Conhecida como "Weed Day", ela se refere à prática do uso de maconha, defendida por Bob Marley por meio de sua religião rastafári. 

Imagens raras, performances incríveis e entrevistas reveladoras com pessoas que tiveram proximidade com Bob Marley fazem parte das duas horas e vinte e quatro minutos dessa obra cinematográfica, marcada pelas mensagens de paz e irmandade difundidas pelo jamaicano.
Assista ao trailer:


A agência inglesa de notícias Reuters realizou uma entrevista com o diretor Kevin MacDonald, destacando o homem por trás da imagem, sua luta violenta contra a morte e seus anos finais:

Kevin MacDonald
Reuters: Quais são os maiores erros de julgamento com relação a Bob Marley que você percebeu ao preparar o filme?
Kevin MacDonald: A concepção errada sobre ele começa com a ideia de que ele era apenas um cara caribenho preguiçoso e maconheiro que não queria fazer muita coisa. Na verdade, como você vê no filme, ele é compulsivo, ambicioso, trabalhador e disciplinado. Acho que isso será uma surpresa para muitas pessoas.


Reuters: A Jamaica conquistou sua independência no mesmo ano em que ele teve seu primeiro sucesso. De que forma você acha que ele foi moldado por sua época?
Kevin MacDonald: A independência jamaicana, em 1962, coincide com a formação do The Wailers (a banda de Bob Marley) e eles correm em paralelo, o The Wailers e a história da Jamaica, eles são porta-vozes. Obviamente, a música de Bob nos anos 1970 está intrincada com a situação política e com a posição da Jamaica como um tipo de Estado de representação na Guerra Fria.


Reuters: Há um breve trecho sobre a tentativa de se assassinar Marley, que há tempos se pensa que tinha motivação política, dois dias antes do concerto Smile Jamaica em 1976. Quem você acha que esteve por trás da tentativa?
Kevin MacDonald:  Se você ouvir duas pessoas quaisquer na Jamaica, elas lhe darão duas teorias da conspiração diferentes sobre quem atirou em Bob Marley. Havia um arquivo da CIA sobre Marley, mas havia um arquivo da CIA para todo mundo. Tenho certeza de que a CIA esteve envolvida ao trazer armas para o país, por exemplo. Mas não acredito que haja qualquer evidência sugerindo que o Bob em si fosse alvo da CIA.


Camila Pasin

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