Segunda edição do
festival de música alternativo no Brasil traz atrações diversificadas e conquista
público de todas as idades, apesar de alguns problemas estruturais
Camila Pasin
Aqueles que estão acostumados com o dia-a-dia corrido da capital
paulista pararam sua rotina nos três últimos dias de abril para entrar em um
mundo de cores e música, muita música. Estamos falando do festival
Lollapalooza, que reuniu em média 160 mil pessoas no Jockey Club para curtir
shows tanto de bandas internacionais quanto nacionais, que recheavam a
programação do evento. Pearl Jam, The Killers, The Black Keys, Queens of the Stone Age, Planet
Hemp e Criolo foram alguns dos destaques da line-up. E as atrações não foram voltadas somente ao público jovem e adulto. As
crianças também tiveram seu espaço no Lolla 2013, com a pista Kidzapalooza,
onde rolou a festa Disco Baby comandada por DJ’s de renome. Além disso, os
pequenos também curtiram performances de malabares, palhaços, espetáculos de
mágica e dança.
Créditos: Camila Pasin |
Pois é, o Lolla se adaptou para agradar todo o tipo de público. Para os
mais tranquilos, havia uma tenda no centro do Jockey cheia de puffs e cangas
esticadas no chão, onde as pessoas podiam descansar ouvindo os shows que
estavam rolando nos palcos. Já aqueles que são mais chegados em alturas, também
não foram deixados de lado. Não é que tinha até roda-gigante?! Para entrar no
brinquedo, era preciso enfrentar uma fila um tanto quanto grande, mas quem foi
não se arrependeu. Valia a pena só por ter uma privilegiada vista da
estrutura inteira do festival e da multidão que lá estava.
Agora vamos à parte principal: os palcos... Foram cinco palcos que ocuparam o gramado central do Lollapalooza 2013, cujo tamanho total se equivale a vinte e dois campos de futebol, ou seja, 120 mil metros quadrados. Os palcos se dividiam em: Palco Cidade Jardim, Palco Alternativo, Palco do Perry, Palco Butatã, além do Kidzapalooza. Com tanto palco, não havia como o público ficar parado. Aconteciam atrações a todo o momento, nos diversos palcos. Às vezes, era necessário escolher entre dois shows que poderiam rolar ao mesmo tempo em diferentes palcos. Era comum também ver pessoas correndo de um palco para outro com o intuito de garantir um lugar para assistir a próxima apresentação. Para facilitar, a organização do Lollapalooza criou um aplicativo para dispositivos móveis, no qual era possível cada um criar sua própria programação e conferir em quais palcos ocorreriam determinadas atrações, além de ter indicativos da localização de banheiros, lanchonetes, bares etc.
No primeiro dia do festival, o grande destaque foi a banda
norte-americana de indie rock The Killers, que tocou no palco Cidade Jardim e
animou as 52 mil pessoas presentes com seus hits, como “Human” e “Somebody Told
Me”. The Black Keys, com o single “Lonely Boy” cantado em coro pela multidão,
Queens of the Stone Age, Franz Ferdinand e o brasileiro Criolo, que tocou no
Palco Alternativo, foram as maiores atrações do dia 30 de março, com 3 mil
pessoas a mais do que na sexta-feira. Já no domingo, 60 mil pessoas
compareceram no Jockey Club para curtir o festival, que atingiu sua lotação
máxima. Pessoas vestidas com camisetas da banda que encerrou o festival, o
Pearl Jam, eram maioria no último dia. Mesmo com o cansaço depois de
horas e horas pulando e cantando com as atrações que fizeram parte da
programação ao longo do dia, o público ainda aproveitou até o último minuto do
show comandado pelo vocalista Eddie Vedder. Com um repertório diversificado que
reuniu canções dos vinte anos de carreira, os rockeiros norte-americanos não
deixaram a desejar, principalmente por causa dos singles mais conhecidos, como "Alive", "Even Flow",
"Jeremy”, "Black", "Do the Evolution",
"Daughter", "Corduroy" e "Given to Fly".
Créditos: Flavio Moraes/G1 |
Contudo, os que não conseguiram acompanhar o show do Pearl Jam de
pertinho por ficar até o final da apresentação dos cariocas do Planet Hemp
também não se arrependeram. O grupo, que voltou a fazer shows recentemente, fez
todo mundo levantar do chão e pular até não poder mais. Foi formado, até mesmo,
um mosh, que ocupou grande parte da área em frente ao Palco Butatã. Com canções
que se remetem quase que unicamente à maconha, D2 e seus companheiros fizeram
também críticas à corrupção política e policial. Gritos “fora, Feliciano!”
também foram parte do show, além de uma homenagem ao cantor Chorão, do Charlie
Brown Jr. O Pearl Jam também mostrou engajamento social e político no show ao
parabenizar o Brasil pelas vitórias na questão de direitos humanos. "Parabéns, São Paulo, por respeitar
casamentos entre pessoas do mesmo sexo", foi o que disse Eddie Vedder, em
português.
Créditos: Camila Pasin |
Estrutura
Em relação à estrutura dos palcos, o Lolla fez bem. Eles tinham um bom
tamanho e foram colocadas na área da plateia, inclusive, algumas grades de
separação para evitar grandes aglomerações. O espaço de música eletrônica era
coberto e cheio de luzes que complementavam as apresentações do Palco do Perry.
Contudo, houveram algumas reclamações... Dentre elas, a falta do número de
banheiros e lixos, o cheiro de esterco que inundava o Jockey Club, a lama e,
como de costume, as filas. Quando questionados sobre o que acharam do festival,
os amigos Carolina, Camila e Rafael, os quais foram de Recife até São Paulo só
para curtir os três dias de Lollapalooza, disseram que “o Lolla foi muito
legal, com uma boa estrutura, mas faltou capacidade para banheiro, o terreno
não era dos melhores e tinha muito lixo. De resto, foi muito bom!”. Os
estudantes já tinham comparecido no Lolla do ano passado e têm opiniões
divergentes em relação ao dia preferido. Já Tiago Gaeta, estudante de Rádio e
TV da Unesp, que marcou presença no terceiro dia do festival e também em 2012,
achou que “o Lollapalooza apresentou uma estrutura bem organizada, em termos
gerais, apesar de algumas falhas no som em determinados locais e do alto preço
do ingresso, que dificulta a ida em mais dias”.
Lollapalooza 2014
Falando em ingressos, fique de olho porque, segundo o site do
Lollapalooza Brasil, em breve já sairão informações dos convites para o Lolla
do ano que vem, e você não vai querer perder, não é?! Então já marque na sua
agenda: dias 18, 19 e 20 de abril terá Lollapalooza!
Créditos: Camila Pasin |
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