quinta-feira, 4 de abril de 2013

Lollapalooza agita Pascoa paulistana


Segunda edição do festival de música alternativo no Brasil traz atrações diversificadas e conquista público de todas as idades, apesar de alguns problemas estruturais

Camila Pasin

Aqueles que estão acostumados com o dia-a-dia corrido da capital paulista pararam sua rotina nos três últimos dias de abril para entrar em um mundo de cores e música, muita música. Estamos falando do festival Lollapalooza, que reuniu em média 160 mil pessoas no Jockey Club para curtir shows tanto de bandas internacionais quanto nacionais, que recheavam a programação do evento.  Pearl Jam, The Killers, The Black Keys, Queens of the Stone Age, Planet Hemp e Criolo foram alguns dos destaques da line-up. E as atrações não foram voltadas somente ao público jovem e adulto. As crianças também tiveram seu espaço no Lolla 2013, com a pista Kidzapalooza, onde rolou a festa Disco Baby comandada por DJ’s de renome. Além disso, os pequenos também curtiram performances de malabares, palhaços, espetáculos de mágica e dança.

Créditos: Camila Pasin
Pois é, o Lolla se adaptou para agradar todo o tipo de público. Para os mais tranquilos, havia uma tenda no centro do Jockey cheia de puffs e cangas esticadas no chão, onde as pessoas podiam descansar ouvindo os shows que estavam rolando nos palcos. Já aqueles que são mais chegados em alturas, também não foram deixados de lado. Não é que tinha até roda-gigante?! Para entrar no brinquedo, era preciso enfrentar uma fila um tanto quanto grande, mas quem foi não se arrependeu.  Valia a pena só por ter uma privilegiada vista da estrutura inteira do festival e da multidão que lá estava.



Agora vamos à parte principal: os palcos... Foram cinco palcos que ocuparam o gramado central do Lollapalooza 2013, cujo tamanho total se equivale a vinte e dois campos de futebol, ou seja, 120 mil metros quadrados. Os palcos se dividiam em: Palco Cidade Jardim, Palco Alternativo, Palco do Perry, Palco Butatã, além do Kidzapalooza. Com tanto palco, não havia como o público ficar parado. Aconteciam atrações a todo o momento, nos diversos palcos. Às vezes, era necessário escolher entre dois shows que poderiam rolar ao mesmo tempo em diferentes palcos. Era comum também ver pessoas correndo de um palco para outro com o intuito de garantir um lugar para assistir a próxima apresentação. Para facilitar, a organização do Lollapalooza criou um aplicativo para dispositivos móveis, no qual era possível cada um criar sua própria programação e conferir em quais palcos ocorreriam determinadas atrações, além de ter indicativos da localização de banheiros, lanchonetes, bares etc.

No primeiro dia do festival, o grande destaque foi a banda norte-americana de indie rock The Killers, que tocou no palco Cidade Jardim e animou as 52 mil pessoas presentes com seus hits, como “Human” e “Somebody Told Me”. The Black Keys, com o single “Lonely Boy” cantado em coro pela multidão, Queens of the Stone Age, Franz Ferdinand e o brasileiro Criolo, que tocou no Palco Alternativo, foram as maiores atrações do dia 30 de março, com 3 mil pessoas a mais do que na sexta-feira. Já no domingo, 60 mil pessoas compareceram no Jockey Club para curtir o festival, que atingiu sua lotação máxima. Pessoas vestidas com camisetas da banda que encerrou o festival, o Pearl Jam, eram maioria no último dia.  Mesmo com o cansaço depois de horas e horas pulando e cantando com as atrações que fizeram parte da programação ao longo do dia, o público ainda aproveitou até o último minuto do show comandado pelo vocalista Eddie Vedder. Com um repertório diversificado que reuniu canções dos vinte anos de carreira, os rockeiros norte-americanos não deixaram a desejar, principalmente por causa dos singles mais conhecidos, como "Alive", "Even Flow", "Jeremy”, "Black", "Do the Evolution", "Daughter", "Corduroy" e "Given to Fly".

Créditos: Flavio Moraes/G1

Contudo, os que não conseguiram acompanhar o show do Pearl Jam de pertinho por ficar até o final da apresentação dos cariocas do Planet Hemp também não se arrependeram. O grupo, que voltou a fazer shows recentemente, fez todo mundo levantar do chão e pular até não poder mais. Foi formado, até mesmo, um mosh, que ocupou grande parte da área em frente ao Palco Butatã. Com canções que se remetem quase que unicamente à maconha, D2 e seus companheiros fizeram também críticas à corrupção política e policial. Gritos “fora, Feliciano!” também foram parte do show, além de uma homenagem ao cantor Chorão, do Charlie Brown Jr. O Pearl Jam também mostrou engajamento social e político no show ao parabenizar o Brasil pelas vitórias na questão de direitos humanos.  "Parabéns, São Paulo, por respeitar casamentos entre pessoas do mesmo sexo", foi o que disse Eddie Vedder, em português.

Créditos: Camila Pasin
The Hives e Kaiser Chiefs foram outros destaques do dia. Os primeiros, que tocaram no Palco Cidade Jardim, impressionaram desde seus vestuários até o entrosamento com o público e a performance diferenciada, não esquecendo dos hits  “Hate to Say I Told You So” e “Tick Tick Boom”. Quanto ao Kaiser Chiefs, Ricky Wilson foi a grande atração. Com seu jeito brincalhão, o vocalista divertiu o público fazendo caras e bocas para as câmeras, lutando boxe com elas, correndo pra cá e pra lá, jogando o microfone sem medo e até escalando as grades de suporte do palco. Corajoso, hein?! "Eveyday I Love You Less and Less", “I Predict a Riot” e a famosa "Ruby" fizeram o Palco Butatã vibrar.


Estrutura
Em relação à estrutura dos palcos, o Lolla fez bem. Eles tinham um bom tamanho e foram colocadas na área da plateia, inclusive, algumas grades de separação para evitar grandes aglomerações. O espaço de música eletrônica era coberto e cheio de luzes que complementavam as apresentações do Palco do Perry. Contudo, houveram algumas reclamações... Dentre elas, a falta do número de banheiros e lixos, o cheiro de esterco que inundava o Jockey Club, a lama e, como de costume, as filas. Quando questionados sobre o que acharam do festival, os amigos Carolina, Camila e Rafael, os quais foram de Recife até São Paulo só para curtir os três dias de Lollapalooza, disseram que “o Lolla foi muito legal, com uma boa estrutura, mas faltou capacidade para banheiro, o terreno não era dos melhores e tinha muito lixo. De resto, foi muito bom!”. Os estudantes já tinham comparecido no Lolla do ano passado e têm opiniões divergentes em relação ao dia preferido. Já Tiago Gaeta, estudante de Rádio e TV da Unesp, que marcou presença no terceiro dia do festival e também em 2012, achou que “o Lollapalooza apresentou uma estrutura bem organizada, em termos gerais, apesar de algumas falhas no som em determinados locais e do alto preço do ingresso, que dificulta a ida em mais dias”.


Lollapalooza 2014
Falando em ingressos, fique de olho porque, segundo o site do Lollapalooza Brasil, em breve já sairão informações dos convites para o Lolla do ano que vem, e você não vai querer perder, não é?! Então já marque na sua agenda: dias 18, 19 e 20 de abril terá Lollapalooza!

Créditos: Camila Pasin



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