quinta-feira, 3 de outubro de 2013

“Gipsy Punk”


Quebrando com o usual, o grupo Gogol Bordello traz ao Brasil muita energia,
talento e autenticidade, elementos de seu "gypsy punk" (Foto: Fernando Yokota)
 Camila Pasin

HSBC de São Paulo é invadido por punk-ciganos na quarta-feira, 25 de Setembro

Como assim?! É isso mesmo, e esses ciganos estrangeiros levaram muita energia e cor à casa de eventos! Energia é, sem dúvidas, a melhor palavra para descrever o show do grupo Gogol Bordello na capital paulista. A banda, que trouxe em sua bagagem influências musicais e culturais de cada canto do mundo, contagiou todos os presentes e não deixou ninguém parado. Ucrânia, China, Alemanha, Estados Unidos, Etiópia, Bielorrússia, Rússia e Equador são os países de origem dos oito integrantes do Gogol Bordello. Esse é um dos detalhes que torna as melodias tão especiais e peculiares: a diversidade de influências na composição, que conta, ainda, com uma combinação maluca entre os também diversificados instrumentos.

Eugene Hütz, vocalista do grupo (Foto: Fernando Yokota)
A turnê é do álbum “Pura Vida Conspiracy”, que acabou de sair do forno, sendo o oitavo disco do grupo. “Lost Inocent World” e “Malandrino” foram algumas das novas músicas tocadas no show, em São Paulo. A segunda, “Malandrino”, é, de acordo com o cantor e compositor Eugene Hütz, uma autobiografia, já que as pessoas se referiam a ele como “malandro” durante o período em que morou no Rio de Janeiro. Mas não foram só as canções novas que rechearam o setlist. “Start Wearing Purple”, “Immigraniada”, “Wonderlust King” e “Break the Spell” foram outras músicas que fizeram o público pular até cansar.

Aliás, cansaço era um fator ausente no palco do HSBC, naquela noite. Era absolutamente impressionante a energia que os músicos demonstraram. Em cada música, cada nota, a todo o momento havia uma imensa movimentação no palco. Gritando pela revolução e liberdade, com uma garrafa de vinho na mão como um brinde àquela festa, Eugene e seus companheiros mostraram que é possível unir o trabalho à diversão, de forma natural e bem espontânea.

Esse espetáculo não teria sido o mesmo sem a grande animação da plateia, que se divertiu ao frenético ritmo dos violinos, sanfonas e outros diversos instrumentos e vozes que caracterizam o tal do “gipsy punk”, marca do Gogol Bordello. Naquela noite, todos sabiam dançar, cada um à sua maneira. E o mesmo aconteceu nos outros shows realizados pela banda no Brasil nesta temporada. Além de São Paulo, o grupo levou sua mistura de punk rock e cigano a Curitiba, Porto Alegre e ao festival Rock in Rio, onde tocou ao lado do cantor Lenine. 

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