quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Red Hot Chili Peppers traz seu rock californiano ao Brasil

Camila Pasin

São Paulo recebe mais uma vez os rockeiros do RHCP, com um repertório variado durante as duas horas de show

São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro foram as cidades que receberam 
o grupo RHCP pela turnê "I'm With You" (Foto: Camila Pasin) 
 A expectativa quanto aos shows da banda californiana Red Hot Chili Peppers no Brasil era grande. No momento em que foi divulgado que o grupo tocaria em solo brasileiro novamente, a surpresa dos fãs foi inevitável, já que só faziam dois anos desde a última vez que os rockeiros vieram para o país, também pela turnê do disco “I’m With You”. Em 2013, as cidades que serviram de palco para o show do Red Hot Chili Peppers foram Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.

O show em São Paulo aconteceu no dia 7 de novembro. Apesar de ser uma quinta-feira nublada, mais de 30 mil pessoas compareceram à Arena Anhembi para pular e cantar junto com o vocalista Anthony Kiedis, o baixista Flea, o baterista Chad Smith e o mais novo integrante da banda, Josh Klinghoffer, na guitarra. A abertura do show ficou por conta do trio indie rock Yeah Yeah Yeahs, comandado pela estilosa Karen, no vocal. Mas era difícil segurar a ansiedade para o ponteiro do relógio atingir 22 horas, horário previsto para o início da atração principal.

E foi exatamente às 22h05 que o RHCP entrou em cena. Quando Josh começou a dedilhar as primeiras notas de “Can´t Stop”, o público já começou a comemorar. A próxima foi “Dani California”, do disco “Stadium Arcadium” (2006). E, logo depois, do álbum “Californication” (1999), a canção “Otherside”. A escolha das músicas iniciais para a setlist não poderia deixar os fãs mais empolgados, os quais tinham grandes expectativas quanto às antigas. Contudo, canções como “Monarchy of Roses”, que abriu o show do grupo no Rock in Rio 2011, “Look Around”, “The Zephyr Song” e “Scar Tissue” não estavam presentes na setlist, ao contrário de “Higher Ground”, cover de Stevie Wonder.

Com um repertório variado, a banda mostrou uma forte sintonia com o público ao longo do show. O baixista Flea foi quem mais conversou com a plateia entre uma música e outra, demonstrando seu carinho pelo Brasil. Com o cabelo tingido de roxo e com toda sua energia incessável, Flea mostrou que o tempo não o fez perder o ritmo e nem o gingado. Impressionando a todos com a sua habilidade com o baixo, Flea, com 41 anos de idade, dançou, pulou, plantou bananeira e deu até estrelinha no palco.

Ritmos brasileiros também fizeram parte do show. O percursionista Mauro Refosco, nascido em Santa Catarina, contribuiu para essa sintonia, trazendo para a Arena Anhembi um toque de samba e funk. Além disso, utilizou, em algumas músicas, a cuíca, instrumento de origem afro-brasileira. Mauro já possuía uma ligação com o Red Hot Chili Peppers, pois foi convidado por Flea, em 2010, para participar da gravação do disco “I’m With You”. Desde então, participa dessa turnê ao lado do Red Hot, inclusive no Rock in Rio de 2011.

Com “jam sessions” entre as músicas, os integrantes deixaram o palco após tocarem “Californication” e “By the Way”. Mas voltaram com todo gás para o bis, que contou com “Around the World”, “Meet me at the Corner” e a agitada “Give it Away”, fechando com chave de ouro as duas horas de Red Hot Chili Peppers na Arena Anhembi.

Fãs de todo o Brasil marcam presença no evento

Guillermo, Fanny, Federico, Tamara e Ramiro foram em 
família curtir o som do Red Hot em SP (Foto: Tiago Gaeta) 
Cada um curtiu à sua maneira o show do RHCP na Arena Anhembi. A banda, que está completando 20 anos de carreira, possui uma diversidade de fãs muito grande, de variadas faixas etárias. O argentino Guillermo, que mora atualmente no Brasil, levou sua esposa e seus três filhos para assistir ao show do Red Hot, um gosto em comum entre eles. “Eu conheço a banda desde a adolescência, já faz parte da minha vida. Todos na minha casa ouvem e adoram!”.

Assim como Guillermo, Rodrigo Brito, de 30 anos, também acompanha a banda desde a sua adolescência e, por marcar tanto a sua vida, resolveu tatuar o símbolo do Red Hot Chili Peppers em seu peito, quando tinha uns 20 anos de idade. Apesar de se identificar mais com uma outra fase do grupo californiano, quando a guitarra ainda era comandada por John Frusciante, Rodrigo não pôde deixar de assistir a mais um show do Red Hot, sendo que já havia ido em 2002 e 2011. “Mesmo sabendo que os integrantes estão ficando mais velhos, a gente gosta de ver o Anthony Kiedis pirar no palco, ao som do baixo do Flea”, conta Rodrigo.

Rodrigo Brito é fã de RHCP desde sua adolescência e tatuou o símbolo da banda
 para representar a importância dela em sua vida (Foto: Tiago Gaeta)
Bauru também estava em peso no Anhembi! Saindo da Praça da Paz, uma excursão levou mais de 40 bauruenses, em sua maioria estudantes, para o show. Dílon Soubhia, organizador da caravana, conta que conseguiu lotar um ônibus rapidamente assim que foi confirmada a apresentação, apesar da dificuldade por ser uma quinta-feira. “Assim como eu, todos criaram uma expectativa muito grande em relação ao show, que foi recheado de clássicos. Acredito que valeu a pena cada centavo investido”, completa.

Amanda Menezes, de 15 anos, viajou de Santos até São Paulo só para ver sua banda preferida de pertinho. E ela não se arrependeu. Pelo contrário, a jovem saiu do Anhembi dizendo que foi o melhor show de sua vida. “Nunca gritei tanto na minha vida. Eu e minhas amigas pegamos a fila errada, levamos muito empurrão, quase desmaiamos, mas valeu a pena. Conseguimos assistir ao show da grade. Foi uma experiência e tanto!”, conta. 

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